tempo

E lá se vai mais um ano

É dezembro outra vez e você, assim como eu, já deve ter ouvido ou mesmo dito dezenas de vezes nos últimos dias aquela mesma frase de sempre: “E lá se vai mais um ano…”. Comentário meio bobo e muito obvio, pois os anos, como o tempo, passam e tudo mundo sabe disso.  Por outro lado os finais de ano costumam provocar uma série de questionamentos e inquietações saudáveis em um tantão de gente. É uma época propicia para filosofar sobre a vida e perguntar para si mesmo “o que tenho feito do meu tempo?”.  Este seu ano que passou foi intenso, bem vivido e produtivo ou apenas um amontoado de trezentos e poucos dias desperdiçados com futilidades, magoas, reuniões inúteis, emergências sem sentido, posts melosos no facebook e sites de fofocas?

Tenho comigo que ter medo da morte é uma bobagem sem propósito, pois, sendo obvio outra vez, mais cedo ou mais tarde todos vamos morrer. Mas, confesso, tenho um medo imenso de não viver.  De, como dizia Nietzsche, viver uma vida não vivida, uma vida sem sentido, sem propósitos, vazia. É lamentável, mas os finais de ano despertam um sentimento amargo de vida não vivida em muita gente.  Vivemos uma epidemia de falta de tempo. Somos todos cada vez mais ocupados e atarefados.  Porem viver sempre ocupado e sem tempo não implica, necessariamente, em viver uma vida plena. Não basta estar ocupado. A questão é: O que ocupa o seu tempo?  Tempo é um recurso.  Um recurso indispensável, raro e não renovável. Precisamos de tempo para tudo e quanto mais o tempo passa menos tempo temos. Prá lá de obvio mais uma vez, mas parece que muita gente ainda não se deu conta disso. Alguns poucos utilizam este recurso com inteligência e bom senso. São organizados e responsáveis. Constroem uma vida saudável e produtiva. Tem tempo para si, para a família, para os amigos, para o trabalho e para vida. Praticam esportes, leem, viajam e constroem.  A maioria, tenho certeza, são apenas ocupados. Muito ocupados. Vivem sempre correndo, não cuidam da saúde, não tem tempo para a família e para os amigos. Trabalham demais e são extremamente improdutivos.  Preenchem a jornada de trabalho com cafezinhos, conversa fiada e e-mails com cópias para toda a empresa. Acreditam que são vitimas das circunstâncias e que não é possível viver de outro jeito. De certa forma estão certos, pois vivemos pela soma das nossas crenças.  Vivem mal e morrem cedo.

É final de ano. É tempo de se dar uma chance. É tempo de renovar, de organizar a vida. Tempo de limpar as gavetas e os armários. Tempo jogar coisas fora e apagar arquivos. Tempo de reciclar.  Tempo de riscar da agenda aquelas atividades inúteis que não levam a nada. Tempo de assumir compromissos com objetivos e realizações transformadoras. Tempo de traçar planos e construir estratégias.  Tempo de comprar uma nova agenda. Tempo de presentear um amigo com uma nova agenda. Tempo de ter mais tempo e ser feliz.

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Urgente ou Importante?

Construir um novo estádio de futebol para o jogo de abertura da copa do mundo é urgente ou importante? A resposta? Depende! Vamos imaginar que a construção deste novo estádio consuma, do projeto a inauguração, cinco anos e que temos disponíveis exatamente cinco anos para concluir esta obra. Neste caso podemos afirmar que a construção deste estádio é importante.

Podemos ainda concluir que o estádio será entregue pelo custo previsto, com a qualidade desejada e que todos profissionais envolvidos na construção trabalharão sem pressões e estresse.

Acontece que um cenário como este é tão raro e improvável que parece até enredo de novela. Normalmente temos disponíveis apenas quatro anos, ou menos, para concluir uma obra que no papel, isto é, no projeto, consome pelo menos cinco anos. Este é um exemplo incontestável de urgência.

Quantas vezes já não assistimos este filme? O pior é que o final é sempre o mesmo. Surpreendentemente o estádio será concluído em quatro anos, isto é, em tempo de realizar o jogo de abertura da copa. Mas e a conta? O valor da obra, com certeza, vai ultrapassar criminosamente as previsões iniciais. Como consequência algumas novas escolas e postos de saúde jamais sairão do papel. Seus recursos serão consumidos pelos custos de urgência e pelas horas extras da construção estádio.

Mas não é só isso. A qualidade final da nova arena será extremamente duvidosa. O estacionamento, por exemplo, será entregue sem vagas demarcadas. Não haverá sinalização adequada nas portas dos sanitários e a velocidade de conexão com a  internet das salas de imprensa, instalada as pressas na véspera da inauguração, será equivalente a conexão discada. Meses depois do encerramento da copa algumas pilhas de entulho, restos de tapumes e caibros utilizados na construção ainda serão encontrados aqui e ali.

Nos jornais muito será dito sobre desvios de verba e superfaturamento, até que tudo caia no esquecimento e mídia aponte sua mira para um novo escândalo.

Todo o pessoal envolvido na construção também pagara caro pelo trabalho realizado em regime de urgência: excesso de atividades, jornadas de trabalho infladas, crises de estresse, decisões precipitadas e muito retrabalho.

Resumindo: demandas urgentes são caracterizadas sobretudo pela falta de tempo e é razoável supor que, na maioria das vezes, apresentam resultados comprometidos em troca de um custo financeiro e pessoal muito acima do aceitável.

Por outro lado demandas relevantes e importantes tem tempo de sobra para serem concluídas. Seus resultados são, no mínimo, os esperados e o custo pessoal é adequado.

Observe também que a mesma demanda, tal como no exemplo do estádio, pode ser urgente ou importante. Havendo tempo disponível a demanda é importante. Quando procrastinamos ou por qualquer outro motivo deixamos o tempo passar e só nos preocupamos com a demanda quando já é tarde demais temos uma urgência.

Jamais uma mesma demanda é urgente e também importante. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. A urgência esta condicionada a falta de tempo e a resultados comprometidos e a importância remete ao tempo adequado e a resultados esperados. Não existem semelhanças ou interseções.

A esta altura, imagino, você já deve ter concluído que viver sobre regime de urgência é um péssimo negócio. Quem vive correndo atrás de urgências vive mal, trabalha demais, produz sempre aquém do esperado e, consequentemente, sofre de estresse.  É isso!

Momo e o Senhor do Tempo

“Existe um mistério muito grande que, no entanto, faz parte do dia-a-dia. Todos os seres humanos participam dele, embora muito poucos reflitam sobre ele. A maioria simplesmente o aceita, sem mais indagações. Esse mistério é o tempo. Existem calendários e relógios que o medem, mas significam pouco, ou mesmo nada, porque todos nós sabemos que uma hora às vezes parece uma eternidade e, outras vezes, passa como um relâmpago, dependendo do que acontece nessa hora. Tempo é vida. E a vida mora no coração.”

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O tempo das coisas não síncronas_Por Gianmarco Bisaglia

Vivemos há décadas um fenômeno da urbanização acelerada, aliado a um modelo econômico de produzir excedentes sem valor agregado, de estimular o consumo insano destes excedentes oferecendo indiscriminadamente crédito sem lastro para sustentar o sistema. Simples assim é o capitalismo. As pessoas vivem em um lugar sem condições de promover qualidade de vida, consomem coisas que não necessitam, com um dinheiro que não existe, para se parecerem com uma coisa que não são. Este modelo no entanto é o que entendemos ser nossa sociedade moderna e nela vivemos. Este mundo pode ser medido em quilates, euros, milhagem e nano segundos. Vivemos em um espaço preenchido de um exagero que não sacia, enquadrados em um tempo precificado que nos é cobrado diariamente. Leia mais

Índios sem ideia de tempo

Os índios da tribo amondawa, de Rondônia, vivem sem usar referências sobre semanas, meses ou anos. Não fazem aniversário, só fazem contas até o número quatro e em seu vocabulário não consta a palavra “tempo”.Uma pesquisa da Universidade de Portsmouth (Inglaterra), em parceria com a Universidade Federal de Rondônia, revela que, diante da ausência de números e da noção abstrata de tempo, esses índios precisam mudar de nome para identificar melhor a fase que estão vivendo.

Por causa disso, várias crianças da tribo são chamadas exatamente da mesma forma. Um menino do clã Mutum, por exemplo, é conhecido por Mbitete ao nascer.

Quando tiver um irmão, passará a usar o nome de Kuembu “”e o próximo recém-nascido será batizado de Mbitete novamente.

Os nomes identificam o sexo, a “idade” e o clã ao qual a pessoa pertence e são herdados dos mais velhos pelos mais novos da tribo. Assim como quando ficam mais velhos, esses índios também trocam de nome quando se casam.

Embora a pesquisa não tenha identificado no idioma ocorrências de intervalos de tempo designados por números (um ano, por exemplo), foram encontradas palavras para expressar períodos de tempo, como as estações chuvosa e seca.

Suas noções de temporalidade também estão sempre ligadas a um evento ou a um ciclo da vida, e não ao tempo propriamente dito, segundo a autora Wany Sampaio, da Federal de Rondônia.

TEMPO E ESPAÇO

Para a corrente dominante hoje em dia na linguística, o léxico do tempo originou-se do vocabulário relacionado ao espaço.

Daí, surgiu o uso de expressões consideradas universais como “um tempo atrás” ou “mais para frente”.

Nesse contexto, os amondawa são uma exceção, segundo os pesquisadores, porque não relacionam os conceitos de tempo e espaço, como costuma ocorrer em outros idiomas.

Entretanto, apesar de não terem uma palavra para designar “tempo” e não poderem dizer frases como “o tempo está passando”, os amondawa têm sua própria noção de temporalidade e compreendem a nossa quando aprendem português, segundo mostra a pesquisa. A maioria fala amondawa e português. Vivem no centro-oeste de Rondônia e seu primeiro contato com não índios aconteceu em 1986. Hoje, a tribo inteira é composta por 117 pessoas.

O trabalho sobre os amondawa foi publicado recentemente na revista britânica “Language and Cognition”.

Fonte: Folha de São Paulo_São Paulo, segunda-feira, 30 de maio de 2011

Despertador infalível rasga seu dinheiro se você não acordar

Acordar cedo em plena segunda-feira é muito difícil, ainda mais depois de ficar até tarde no domingo jogando videogame, lendo os artigos do TechTudo e vendo nossas dicas de games. Com isso, muitas pessoas têm sérios problemas para acordar no horário e só acordariam se perdessem dinheiro. Pensando desta forma, foi criado o conceito de design chamado Money-Shreding Alarm, um despertador que literalmente tritura o seu dinheiro se você não acordar a tempo.

Você é Nomofóbico? Faça o teste e saia dessa!

Nomofobia é a expressão usada para designar a sensação de angústia e ansiedade que surge quando alguém se encontra impossibilitado de se comunicar por estar fora da área de cobertura ou ainda sem seu aparelho celular ou outro telemóvel. Trata-se de um termo originado do inglês “no-mo” ou “no-mobile”, que significa sem telemóvel. Nomofóbico portanto é quem sofre de nomofobia.

– Segundo uma pesquisa feita pelo instituto YouGov para o Departamento de Telefonia dos Correios britânicos, 53% dos usuários de telefone celular do Reino Unido sofrem de nomofobia.
– O estudo concluiu que a síndrome atinge mais os homens (58%) que as mulheres (48%). Das 2.163 pessoas ouvidas, 20% afirmaram não desligar o telefone nunca, e cerca de 10% disseram que o próprio trabalho as obriga a estarem sempre acessíveis.
– Para 55% dos entrevistados, a urgência de estar com o celular sempre ligado e perto está relacionada com a necessidade de se estar sempre em contato com amigos e familiares.
– Para 9% dos entrevistados, desligar o celular os deixa em um estado de profunda ansiedade.

Elaborei um teste sobre nomofobia e listei também dez sugestões para combater a dependência e o uso excessivo do telefone celular. Clique aqui e faça o download do arquivo em pdf.