qualidade de vida

Três filmes para pensar sobre o tempo

Vira e mexe alguém me pergunta se eu assisti a ficção cientifica In Time ou O Preço do Amanhã, produção de 2011 com Justin Timberlake e Amanda Seyfried. Assisti e recomendo.

No mundo futurista de In Time, as pessoas param de envelhecer aos 25 anos e o tempo virou moeda. Uma passagem de ônibus, por exemplo, custa alguns minutos, que são descontados de um timer implantado no braço de cada cidadão. O timer mostra quanto tempo resta para cada pessoa. Os ricos têm mais tempo do que precisam e podem até se tornar imortais. Por outro lado, a maior parte da população vive sem tempo e mal consegue pagar o ônibus e sobreviver até o final do dia.

Não é o melhor filme que você vai assistir na vida, porem rende uma boa atividade em grupo. É um recurso bacana para quem, por exemplo, precisa montar uma palestra ou um curso de administração do tempo para os colegas da empresa.

Outros dois filmes muito bons e divertidos que abordam temas relacionados à administração do tempo são as comédias O Clic com Adam Sandler e O Feitiço do Tempo com Bill Murray e Andie MacDowell.

É isso!

Bliive – Você tem tempo para trocar?

O Bliive é uma plataforma de colaboração de troca de tempo. Funciona assim: um usuário oferece, por exemplo, aulas de inglês ou violão. Em troca ele recebe o pagamento numa moeda chamada TimeMoney.  Por sua vez este usuário pode trocar seus créditos por outros serviços, como aulas de culinária ou informática, com outros usuários do sistema. Cada hora vale um TimeMoney.  O que você achou? Você tem tempo para trocar? Clique aqui e conheça o Bliive.

Como ganhar mais tempo ocupando mais tempo

Cortas os excessos, delegar tarefas, definir prioridades e focar no que é realmente importante são estratégias clássicas normalmente recomendadas para quem quer ganhar tempo. Porem é interessante observar que também é possível ter mais tempo ocupando mais tempo. Veja estes dois exemplos:

Doe seu tempo

Experimentos conduzidos pelos psicólogos e pesquisadores Cassie Mogilner, da Universidade The Wharton School da Pensilvânia, Chance Zoe, da Escola de Administração de Yale e Michael Norton, da Harvard Business School sugerem que pessoas que dedicam parte de seu tempo para ajudar outras pessoas sentem que tem mais tempo disponível. (Veja mais em: Pressed for Time? Give Some of Yours Away)

Num dos experimentos um grupo de voluntários foi convidado a ajudar outra pessoa, um aluno que precisava revisar um trabalho da faculdade, por exemplo, enquanto o outro grupo ficou livre para fazer qualquer outra coisa.

Alguns jogaram tempo fora contando quantas vezes a letra e aparecia em um texto em latim, outros foram embora da Universidade mais cedo. Neste e em outros experimentos semelhantes o resultado observado foi sempre o mesmo. Os voluntários que ajudaram outras pessoas reclamavam menos da falta de tempo. A impressão geral, numa escala de 11 pontos, e que eles tinham mais tempo de sobra.

Este estudo comprova que pessoas mais generosas com seu tempo inconscientemente aprimoram seu senso de organização e disciplina de modo que sua percepção de disponibilidade de tempo seja consideravelmente ampliada.

Pratique uma Atividade Física

A atividade física também contribui para que a percepção de tempo disponível seja maior. Vale observar que a pratica de uma atividade física regular não só estimula o senso de organização e disciplina como também gera endorfina que, por sua vez, aumenta a disposição para a execução de outras tarefas.

A recíproca é verdadeira. Pessoas sedentárias, que não encontram tempo para frequentar uma academia, por exemplo, tem cada vez menos disposição, energia, equilíbrio e saúde para realizar outras atividades.

Clique aqui e faça o download deste texto

E lá se vai mais um ano

É dezembro outra vez e você, assim como eu, já deve ter ouvido ou mesmo dito dezenas de vezes nos últimos dias aquela mesma frase de sempre: “E lá se vai mais um ano…”. Comentário meio bobo e muito obvio, pois os anos, como o tempo, passam e tudo mundo sabe disso.  Por outro lado os finais de ano costumam provocar uma série de questionamentos e inquietações saudáveis em um tantão de gente. É uma época propicia para filosofar sobre a vida e perguntar para si mesmo “o que tenho feito do meu tempo?”.  Este seu ano que passou foi intenso, bem vivido e produtivo ou apenas um amontoado de trezentos e poucos dias desperdiçados com futilidades, magoas, reuniões inúteis, emergências sem sentido, posts melosos no facebook e sites de fofocas?

Tenho comigo que ter medo da morte é uma bobagem sem propósito, pois, sendo obvio outra vez, mais cedo ou mais tarde todos vamos morrer. Mas, confesso, tenho um medo imenso de não viver.  De, como dizia Nietzsche, viver uma vida não vivida, uma vida sem sentido, sem propósitos, vazia. É lamentável, mas os finais de ano despertam um sentimento amargo de vida não vivida em muita gente.  Vivemos uma epidemia de falta de tempo. Somos todos cada vez mais ocupados e atarefados.  Porem viver sempre ocupado e sem tempo não implica, necessariamente, em viver uma vida plena. Não basta estar ocupado. A questão é: O que ocupa o seu tempo?  Tempo é um recurso.  Um recurso indispensável, raro e não renovável. Precisamos de tempo para tudo e quanto mais o tempo passa menos tempo temos. Prá lá de obvio mais uma vez, mas parece que muita gente ainda não se deu conta disso. Alguns poucos utilizam este recurso com inteligência e bom senso. São organizados e responsáveis. Constroem uma vida saudável e produtiva. Tem tempo para si, para a família, para os amigos, para o trabalho e para vida. Praticam esportes, leem, viajam e constroem.  A maioria, tenho certeza, são apenas ocupados. Muito ocupados. Vivem sempre correndo, não cuidam da saúde, não tem tempo para a família e para os amigos. Trabalham demais e são extremamente improdutivos.  Preenchem a jornada de trabalho com cafezinhos, conversa fiada e e-mails com cópias para toda a empresa. Acreditam que são vitimas das circunstâncias e que não é possível viver de outro jeito. De certa forma estão certos, pois vivemos pela soma das nossas crenças.  Vivem mal e morrem cedo.

É final de ano. É tempo de se dar uma chance. É tempo de renovar, de organizar a vida. Tempo de limpar as gavetas e os armários. Tempo jogar coisas fora e apagar arquivos. Tempo de reciclar.  Tempo de riscar da agenda aquelas atividades inúteis que não levam a nada. Tempo de assumir compromissos com objetivos e realizações transformadoras. Tempo de traçar planos e construir estratégias.  Tempo de comprar uma nova agenda. Tempo de presentear um amigo com uma nova agenda. Tempo de ter mais tempo e ser feliz.

Gostou deste post? Deixe seu comentário.

Momo e o Senhor do Tempo

“Existe um mistério muito grande que, no entanto, faz parte do dia-a-dia. Todos os seres humanos participam dele, embora muito poucos reflitam sobre ele. A maioria simplesmente o aceita, sem mais indagações. Esse mistério é o tempo. Existem calendários e relógios que o medem, mas significam pouco, ou mesmo nada, porque todos nós sabemos que uma hora às vezes parece uma eternidade e, outras vezes, passa como um relâmpago, dependendo do que acontece nessa hora. Tempo é vida. E a vida mora no coração.”

Leia mais

O tempo das coisas não síncronas_Por Gianmarco Bisaglia

Vivemos há décadas um fenômeno da urbanização acelerada, aliado a um modelo econômico de produzir excedentes sem valor agregado, de estimular o consumo insano destes excedentes oferecendo indiscriminadamente crédito sem lastro para sustentar o sistema. Simples assim é o capitalismo. As pessoas vivem em um lugar sem condições de promover qualidade de vida, consomem coisas que não necessitam, com um dinheiro que não existe, para se parecerem com uma coisa que não são. Este modelo no entanto é o que entendemos ser nossa sociedade moderna e nela vivemos. Este mundo pode ser medido em quilates, euros, milhagem e nano segundos. Vivemos em um espaço preenchido de um exagero que não sacia, enquadrados em um tempo precificado que nos é cobrado diariamente. Leia mais

Índios sem ideia de tempo

Os índios da tribo amondawa, de Rondônia, vivem sem usar referências sobre semanas, meses ou anos. Não fazem aniversário, só fazem contas até o número quatro e em seu vocabulário não consta a palavra “tempo”.Uma pesquisa da Universidade de Portsmouth (Inglaterra), em parceria com a Universidade Federal de Rondônia, revela que, diante da ausência de números e da noção abstrata de tempo, esses índios precisam mudar de nome para identificar melhor a fase que estão vivendo.

Por causa disso, várias crianças da tribo são chamadas exatamente da mesma forma. Um menino do clã Mutum, por exemplo, é conhecido por Mbitete ao nascer.

Quando tiver um irmão, passará a usar o nome de Kuembu “”e o próximo recém-nascido será batizado de Mbitete novamente.

Os nomes identificam o sexo, a “idade” e o clã ao qual a pessoa pertence e são herdados dos mais velhos pelos mais novos da tribo. Assim como quando ficam mais velhos, esses índios também trocam de nome quando se casam.

Embora a pesquisa não tenha identificado no idioma ocorrências de intervalos de tempo designados por números (um ano, por exemplo), foram encontradas palavras para expressar períodos de tempo, como as estações chuvosa e seca.

Suas noções de temporalidade também estão sempre ligadas a um evento ou a um ciclo da vida, e não ao tempo propriamente dito, segundo a autora Wany Sampaio, da Federal de Rondônia.

TEMPO E ESPAÇO

Para a corrente dominante hoje em dia na linguística, o léxico do tempo originou-se do vocabulário relacionado ao espaço.

Daí, surgiu o uso de expressões consideradas universais como “um tempo atrás” ou “mais para frente”.

Nesse contexto, os amondawa são uma exceção, segundo os pesquisadores, porque não relacionam os conceitos de tempo e espaço, como costuma ocorrer em outros idiomas.

Entretanto, apesar de não terem uma palavra para designar “tempo” e não poderem dizer frases como “o tempo está passando”, os amondawa têm sua própria noção de temporalidade e compreendem a nossa quando aprendem português, segundo mostra a pesquisa. A maioria fala amondawa e português. Vivem no centro-oeste de Rondônia e seu primeiro contato com não índios aconteceu em 1986. Hoje, a tribo inteira é composta por 117 pessoas.

O trabalho sobre os amondawa foi publicado recentemente na revista britânica “Language and Cognition”.

Fonte: Folha de São Paulo_São Paulo, segunda-feira, 30 de maio de 2011